Competição • 31 Jan 2015
Competição • 21 Nov 1996
Carlos Barbot: A Lei do Martelo
Carlos Barbot continuou com problemas, em mais uma edição da Rampa de Murça, este ano a contar também para o Campeonato Nacional de Velocidade para Clássicos. Na primeira subida efetiva, enquanto tirava o capacete e a balaclava com gestos amargurados, ia dizendo que estava farto, que tinha partido o motor, logo no arranque… muito embora houvesse quem não acreditasse – apesar de tudo tinha feito o segundo tempo – a verdade é que o piloto do Porsche Carrera RSR original estava muito desiludido.
Rodrigo Gallego, que também não se privara de problemas – para além de um ligeiro toque, chegou à conclusão que tinha o motor e a caixa soltos – conseguiu o melhor tempo na primeira subida efectiva… A espera para as subidas, depois de um dos pilotos espanhóis ter batido com o BMW M3 obrigando a demorada (exageradamente demorada, digamos – mais de uma hora…) lavagem da pista, foi fundamental para que Barbot remediasse o problema (um martelo de válvula que tinha partido), conseguindo uma segunda subida efectiva bem mais despachada… Esta tinha corrido bem e toda a gente (especialmente os dois da frente…) esperava pelos tempos; quando chegaram, Gallego deu os parabéns a Barbot, que tinha sido o mais rápido, ganhando assim a rampa!
Um Grande Mini
Além dos dois Porsche, tendo em conta que Rui Bevilacqua e o Lotus Elan não estiveram presentes (havia que descobrir a razão do corte de motor, mais cedo do que o habitual) foi Pombal da Costa, no Mini 1275 GT da classe mais baixa, quem se tornou notado, ao conseguir sistematicamente o terceiro lugar (nos treinos foi mesmo segundo), ainda que por vezes “habilitasse” um pouco mais, já que chegou a andar em duas rodas… Do mesmo modo, João Sardinha, ainda e sempre ao volante do Alfa Romeo, ganhou nos Históricos, feudo habitual de Bevilacqua, sendo um dos que tinha uma guerra muito especial – consigo mesmo, sempre a ver se tinha melhorado o tempo ou não…
Joaquim Fidalgo, com o motor mais enérgico no Cooper S, também estabeleceu um parâmetro – baixar dos três minutos, o que acabou por conseguir, sendo a última a sua melhor subida. Quanto ao regressado (até que enfim!) Eduardo Costa, no Cooper S menos desenvolvido, foi o outro piloto dos Históricos, encerrando o escasso grupo de “sobreviventes”; Júlio Parente, que achava a rampa muito bonita mas muito difícil de memorizar (“Acho que já dei esta curva ali em baixo…”), acabou por ficar parado na primeira subida efectiva, a transmissão do Alpine a não colaborar, depois de ter feito habitualmente o quarto tempo nos treinos (2.53.941 e 2.52,792 nos livres e 2.51,000 e 2.50,468 nos cronometrados).
Meia Dúzia no Final
Mas se Parente ainda conseguiu fazer os treinos, o outro participante da classe C2 (e outro regressado), Francisco Amorim, nem a isso teve direito, ao queimar a junta de culassa do Datsun SSS ainda antes da primeira subida de treinos. E assim, com meia dúzia de classificados, terminava esta edição da Rampa de Murça, com uma programação de horários que não terá sido a melhor, piorando com a demora exagerada para a limpeza da pista, com condições de trabalho para a Imprensa algo artesanais e, como de costume, com os “entendidos” à mistura com os “perfeitinhos”, a dar palpites – mas sem adiantar nada. Em termos de campeonato, Bevilaqua continua na frente nos Históricos, enquanto Barbot, com esta vitória à justa, comanda o campeonato (igualmente à justa…) em relação a Rodrigo Gallego, nos Pós-Históricos. A próxima prova – o circuito de Braga – irá fornecer mais pontos, esperando-se grande luta entre os homens da frente.