Rali Verde Pino Maratona de Portugal em Frente

Competição 25 Set 1996

Rali Verde Pino Maratona de Portugal em Frente

Tal como meteu ombros a organizar um rali para clássicos, o “Verde Pino”, o Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria “meteu-se noutra…” a realização de uma prova, igualmente Rali Verde Pino e igualmente para clássico, com mais de 1300 quilómetros e três dias. João Marques e Carlos Costa venceram e, apesar dos pesares, todos gostaram.

Está certo – todos foram avisados de que se tratava de uma prova dura… mas nunca pensarem ser assim! Os maus pisos de certas ligações, a média elevada de algumas zonas e o excesso de dificuldades para as mecânicas, fizeram ouvir queixa por parte dos pilotos e por parte dos travões, porque os carros também têm direito a queixar-se. É que, mesmo havendo duas categorias (Clássicos – que não faziam a prova nocturna – e Maratona), todos (ou quase todos…) fizeram a noitada entre Lamego e Seia…

Parcídio Summavielle, utilizando um Citroen SM. Defendia uma teoria muito lógica – para determinado tipo de carros, as consequências do mau piso ou de médias altas podem dar direito a ter um carro deste estilo parado durante muito tempo, pois não é fácil encontrar peças. António Monteiro, navegador de Ramiro Fernandes, comprava o rali à dureza do “Tap” e quanto aos carros… os belgas Geroge Janssen e Robert Vandervorse acabaram por ficar perto de Seia, com o Volvo a ficar sem travões. O mesmo problema afectou ainda grandes craques – Carlos Ruivo/ Luís Cardeira, que colocavam o Jaguar E no comando ao terminar a primeira etapa, ou José Leite/ Luís Queirós, no habitual Porsche 356, que foram sempre dos animadores da prova.

E foi nesta secção nocturna, antes da chegada a Seia, que se deu o problema que, de algum modo, afectou o bom andamento das coisas; pelo facto de não efectuarem a totalidade do percurso, dirigindo-se logo após a partida (ou durante a prova) para a chegada, alguns concorrentes receberam a pontuação máxima – que curiosamente era menor do que alguns dos que tinham andado de coração nas mãos a apanhar sustos e mais sustos no nevoeiro da Freita… De assinalar a presença de alguns “regressados” ao mundo dos clássicos – António Bento, no BMW 2002 Ti que utilizou em provas anteriores ao Luís Alves, um dos animadores de épocas passadas, aqui ao volante de um Citroen DS21 navegado por António Marcelino, o ex braço direito de Fernando Silva nos ralis. Para além da presença dos craques das regularidades, havia ainda a contar com a presença de grande variedade de equipas – João Amaral Neto/ Costa Simões, com o “Verde Pino” a entrar numa lista de participações onde figura o “Monte Carlo” ou a Taça dos Alpes, Teotónio Pereira/ Segarra Marques – sextos na Volta à França neste momento Porsche, a contrastar com outras marcas, como o Triumph Spitfire de António Barbosa ou o Volkswagen Carocha de José Dias.

No final da primeira etapa, depois de disputadas provas de regularidade absoluta, verificação de média, controlos horários sem paragem e regularidade, Ruivo/Cardeira dominavam Leite/ Queirós por um ponto. Summavielle/ Fonseca seguiam-se a três pontos e Neto/ Simões já estavam no seu lugar final – quarto, a dominar a equipa belga da Volvo 121 por três pontos. A segunda etapa levava toda a gente até Lamego, para depois se fazer a secção “da desgraça”, com a Freita e sua neblina e com Vouzela na base de “todos os caminhos vão dar ao Caramulo”, pois foram vários os que andaram perdidos… Foi aqui que João Marques e navegador Carlos Costa aproveitaram a maré e levaram qual grande “barco”, o Ford Mustang para a frente, dominando a segunda etapa, seguidos de R. Fernandes/ A. Monteiro e L. Alves/ A. Marcelino. Rui Pereira e Filipe Meneses, no Opel 1904 SR que fora de João Santos, eram quintos, atrás de Neto/Simões e o Alfa Romeo Spider – que andou quase sempre sem capota, como de costume…

Para terceira e última etapa, nada a assinalar; cada um veio de Seia até Leiria como quis e mesmo quem se queixava da intensidade da maratona, achou que faltou ali qualquer coisa para fazer subir a adrenalina… Na cidade de Lis, a prova complementar final veio fechar com chave de ouro esta maratona de Portugal, em que não faltaram mesmo zonas de navegação à carta – quem não era especialista tirou um curso intensivo no “Verde Pino”. De salientar, no slalom, o  extintor no NSU TT, que decidiu disparar em plena prova e deixou o piloto branco, talvez com o susto… logo houve quem ligasse o extintor à anedotas de alentejano, do tipo “O carro ia ardendo ontem e o extintor só disparou hoje”, “também ninguém o manda trazer o extintor pendurado no chão”…

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